Sunday, September 18, 2011

Cresce a oferta de cursos a distância nas empresas

CAMILA MENDONÇA DE SÃO PAULO De olho em uma capacitação mais dinâmica de seus funcionários, as empresas brasileiras têm investido mais em treinamentos a distância. De acordo com o último censo da Abed (Associação Brasileira de Educação a Distância), de 2010, divulgado no dia 1ë deste mês, 35 empresas que ofertaram cursos corporativos aos funcionários concederam 724 treinamentos não presenciais --365 para profissionais de nível operacional. Em 2009, 23 companhias deram 561 cursos. O número de universidades corporativas que disponibilizam ensino a distância, por sua vez, passou de 35 em 2007 para 99 em 2009. "A flexibilidade da educação a distância permite que mais gente seja treinada em menos tempo", avalia Ivete Palange, consultora da Abed. Para empresas e consultores, reduzir custos e agilizar e uniformizar o treinamento são os motivos da alta. "Hoje há uma garotada [nas empresas] que aceita melhor [o treinamento a distância]", frisa Sérgio Mônaco, gerente de treinamento e desenvolvimento do Hay Group Brasil. Os números confirmam essa aceitação Ða quantidade de participantes dos cursos subiu 71,4% nos últimos três anos, segundo a Abed. O crescimento ainda se explica pelo fato de 19 das 35 empresas consultadas pela associação terem cursos obrigatórios. A flexibilidade atrai Mariane Camargo, 31, representante de vendas da Smart Technologies. "Faço o treinamento de onde quer que esteja", conta ela, que diz realizar cerca de 50 cursos por ano. Diogo Shiraiwa/Editoria de Arte/Folhapress
TREINAMENTO EXIGE ATENÇÃO Para ajudar os funcionários a conhecer melhor os produtos que vendem, a GGD Metals, de aços e metais, realizou treinamento de seis meses em sua universidade corporativa unindo cursos a distância e presenciais. "O 'e-learning' é mais rápido e mais fácil, mas não dispensa o treinamento presencial", opina Gisele Irikura, 35, gerente de RH. Vanderlei Bassi, 46, gerente regional de vendas da empresa, fez o curso, mas diz que o presencial é mais efetivo. "No on-line, você não tem resposta imediata", afirma. Isadora Brant/Folhapress Mariane Camargo diz fazer cerca de 50 cursos a distância por ano pela empresa
A troca de experiências é uma das vantagens do modelo presencial em relação ao on-line, reforça Lucila Yanaguita, consultora da Search. "O ideal seria um misto dos dois", opina Yanaguita. O que também dificulta a adaptação de profissionais ao ensino virtual é a necessidade de disciplina para cumprir tarefas sem a supervisão presencial do professor. "É preciso saber organizar o tempo para realizar as atividades, e essa autonomia algumas pessoas ainda não têm", pondera Elaine Turk Faria, professora da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul). Na Panalpina, de logística, os funcionários têm 32 cursos a distância à disposição, entre obrigatórios e opcionais, e ainda contam com treinamentos presenciais. ABRANGÊNCIA Maicon Lopes, 32, analista de novos projetos da empresa, destaca que o curso a distância "facilitou" sua rotina, mas frisa que a "interação" do presencial é mais eficaz. "[Os cursos a distância] são mais efetivos porque atingem mais empregados", diz Ildeu Vellasco, 46, diretor de RH. Ladmir Carvalho, 48, diretor-executivo da Alterdata Software, que há cinco anos adotou os cursos a distância nos treinamentos, concorda: "Agilizamos a preparação dos funcionários". Programador da empresa, Douglas Delati, 39, conta que a vontade de concluir uma graduação a distância -ele ainda não tem formação superior- cresceu depois do treinamento. "Aumentou minha certeza de que é efetivo, com a vantagem de que não preciso me deslocar."

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