Tuesday, April 19, 2011

Os desafios do ensino a distância no país

18 de abril de 2011, às 17h38min

Em entrevista exclusiva ao Portal Administradores, David Forli, coordenador do MBA Gestão Estratégica EAD USP, indica os caminhos do ensino nesse formato

Por Fábio Bandeira de Mello, www.administradores.com.br
Divulgação
David Forli, coordenador do MBA Gestão Estratégica EAD USP

O ensino a distância através da internet vem alcançando patamares jamais vistos. Através dessa modalidade, hoje, são mais de um milhão de estudantes em cursos regulamentados pelo MEC e a cada mês surgem mais opções no mercado. Só quem nem tudo são "flores" quando o assunto é educação a distância.
Para entender os lados positivo e negativo dessa modalidade de ensino, a Revista Administradores elaborou uma grande reportagem sobre o tema na edição de Abril, decifrando os atuais problemas e os maiores benefícios do ensino a distância. Um dos entrevistados nessa investigação foi o professor da Universidade de São Paulo (USP), David Forli, coordenador do MBA Gestão Estratégica EAD USP, primeiro MBA a distância em gestão de negócios da Universidade. O professor analisou os desafios que esse formato ainda percorre, os pontos a serem melhorados e suas grandes vantagens. Confira a entrevista na íntegra:

1 - Como você percebe a aceitação do mercado de trabalho para alunos com formação a distância?
Na verdade há ainda uma grande dúvida a esse respeito, os educadores de instituições precipuamente presenciais buscam apontar defeitos nos programas EAD e apontá-los, algumas vezes de modo até intransigente. A verdade é que no último ENADE um grande contingente de cursos teve média de alunos em EAD superior a média dos alunos presenciais (Administração e Pedagogia são exemplos).
Quanto ao mercado, tendo em vista os headhunters com quem mantenho contato, não há um preconceito declarado dos contratadores por conta da modalidade, muitas vezes esse preconceito se dá em razão da reputação da instituição, em nosso caso, sendo a USP, a questão fica bastante elucidada.

2 – Quais as principais competências de profissionais com essa formação?
Estamos na sociedade do conhecimento, na era das organizações liquidas (que se misturam a outras delegando parte de suas atividades e assumindo outras), num momento onde a educação continuada é cada vez mais exigida e necessária
O profissional formado por meio de estratégias EAD desenvolve essa competência nova, de atuar em rede, de compreender capacidades e oportunidades novas. Por ter se inserido numa modalidade nova de educação, demonstra aos empregadores um perfil inovador.
Creio que se há preconceito com a modalidade ele é fruto do desconhecimento, o novo em geral causa essa reação ao estabelecido, lembre-se que a gravadora Decca (que já não existe) disse aos Beatles, "não gostamos de seu som e a música de guitarra está acabando". Ao ser apresentada aos computadores portáteis a IBM disse "quem vai querer ter um computador em casa?

3 - Você acredita que esse tipo de modalidade de ensino funciona para todas as áreas? Por exemplo, é possível imaginar uma graduação à distância de Medicina?
Eu acredito que a EAD tem uma grande, enorme aderência, às ciências sociais (Serviço Social, Administração, Pedagogia, Psicologia, Turismo, Filosofia...), onde há discussão de ideias e o aprendizado pela troca coletiva prevalece. Em alguns casos, o conteúdo a ser transmitido evidencia desafios inerentes, como a medicina que você menciona, cursos como este, Enfermagem, Engenharia que demandam práticas laboratoriais vão exigir novas adaptações de conteudistas e designers, reflita: como garantir, pela teoria e pela comunicação escrita, que uma nova prática foi assimilada?
Creio que ainda precisaremos de inovações tecnológicas que nos permitam avançar com mais segurança, contudo não vejo essa possibilidade como um futuro tardio e nem tão pouco distante. Indico aqui uma palestra que ocorreu no TED, uma organização que realiza eventos periódicos para atualizar o mundo com novidades de TI e formas de pensar. A palestra é ministrada por Pattie Maes do Media LAB do MIT, que em conjunto com seu aluno Parnav Mistri, criou um dispositivo para desenvolver uma espécie de "sexto sentido". Tendo em vista as possibilidades da EAD, dispositivos como esses podem revolucionar novamente a comunicação e certamente a EAD.

4 - Em sua opinião, quais são as maiores vantagens e desvantagens do EAD?
Dentre as vantagens eu destacaria a mobilidade e flexibilidade, que apesar de parecerem lugares comuns são efetivamente vitais na vida contemporânea, onde todos parecem estar sem tempo, há metodologias que permitem realizar atividades com uma grande janela de flexibilidade com o apoio contínuo da tutoria. Cabe acrescentar ainda a relação de individualidade com o saber, claro que os cursos sempre buscam incentivar a troca, a coletividade, mas a relação do aluno com os novos saberes se dá no plano individual e ele pode se apropriar destes novos saberes com a profundidade que lhe couber melhor.
Além disso, há sempre inúmeros links e oportunidades de ampliação do conhecimento, desse modo, para conteúdos que interessem mais ao aluno pode haver um aprofundamento personalizado segundo áreas de interesse.
O networking desenvolvido num ambiente acadêmico a distância não depende da empatia física. Especialistas no assunto reconhecem que bons contatos deixam de ser realizados por uma determinada pessoa "parece meio de mau humor" ou que aparentem qualquer sentimento negativo como tédio, má vontade, ocupação, estresse... enfim todos estes sentimentos são na verdade preconceitos que desenvolvemos em relação a quem não conhecemos. Os relacionamentos desenvolvidos no ambiente acadêmico a distância não passam por esse filtro. Como disse John Guare "toda pessoa é uma porta que se abre para outros mundos" num MBA a Distância você abre diversas portas, em diversas cidades, em muitas empresas, para vários Mundos.

Nas desvantagens voltamos ao assunto networking, veja, há pessoas que simplesmente não conseguem desenvolver relacionamento via tecnologias EAD, elas até conseguem trocar algumas ideias, conversar, mas tem dificuldade em aprofundar o relacionamento. Outro ponto é a questão da disciplina, por mais que a metodologia do curso possa ajudar, algumas pessoas têm dificuldade em manter a rotina de atividades a distância e isso dificulta bastante sua participação no curso. De algum modo as desvantagens que menciono parecem apontar para o fato de algumas pessoas, tem dificuldade em se adaptar à modalidade EAD.

5 - Nos últimos anos houve uma verdadeira explosão de cursos, graduações e pós-grduações/MBA a distância. No entanto, nem todos primam pela qualidade e muitos não são reconhecidos pelo MEC. O que é preciso ser feito para que o surgimentos de cursos e instituições via EAD mantenham um padrão de qualidade?
Meu caro, esse é um ponto muito importante. Faço parte das comissões de avaliadores do MEC e creio que o MEC deve ampliar em muito a supervisão das instituições, acompanhar seus indicadores essenciais tais como a relação de alunos por tutor. Há instituições que trabalham com 1 tutor para cada 200 ou 300 alunos, eu já vi até 500, claro que não se pode garantir qualidade com um volume de alunos desse porte.
Deve-se examinar qual a carga de atividades exigida do aluno. Temos percebido que os bons cursos exigem ao menos uma hora e meia de dedicação diária dos alunos. Cursos formais (graduação e lato-sensu) com menos exigência do que isso são questionáveis. Pode-se fazer verdadeiros pactos velados de mediocridade nesse sentido, a instituição exige pouco, o aluno entrega pouco, ninguém reclama de nada e por consequência pouco se aprende.

6 - Além da fiscalização, existe algum outro fator que prejudica?
Considero ainda que haja muita liberdade metodológica. Creio que numa medida isso é bom, mas o MEC deveria avaliar a consistência metodológica das propostas pedagógicas das instituições, ou seja, qual a rotina mínima de atividades acadêmicas exigidas. Desse modo a instituição se obrigaria a penar nisso, o que vemos é que até há entrega de conteúdo, mas há poucos instrumentos de medição do aprendizado.
Tenho estimulado ainda maior abrangência do ENADE, constituindo-se de fato em um que é um censo da qualidade da educação superior, o ENADE tem muitos méritos, mas não deveria ser amostral, deveria ser obrigatório para todos os alunos e todos os cursos em todos os anos.

Thursday, April 14, 2011

Como debugar AJAX com o FireBug ?

Posted by wbruno on 14 de abril de 2011 Leave a comment (0)Go to comments

Esse post, é complemento do Como debugar JavaScript com o Firefox?.

A maioria das dúvidas que vejo ‘sobre AJAX‘, na verdade são sobre Javascript. Então se você se deparar com qualquer erro no console, vá para o outro post, e depois volte.

Vou usar o Firebug, para rastrear nossas requisições AJAX, e então explicar como pode ser simples o desenvolvimento dessa metodologia.

Não gosto nenhum pouco de copiar definições, então quando eu precisar fazer algo do tipo, apenas jogo o link no meio do texto, e espero que você que estiver lendo, clique, leia oque eu quis lhe mostrar, e volte. Ou não, o legal é a opção. Se você não quiser clicar, apenas continue lendo, e eu não te encho de ‘Mais do Mesmo‘.


Comecemos do simples. O meu foco será ajax, por isso farei tudo com javascript puro, sem plugins, libs ou frameworks. Se você entender o conceito por trás, vendo por de baixo dos panos como estou mostrando, então estará apto a aplicar o mesmo com qualquer falicitador.

index.html

view plaincopy to clipboardprint?


teste








processa.php

view plaincopy to clipboardprint?
echo 'Beleza, chegou até aqui!';
De proprósito, ‘errei’, o nome do arquivo, coloquei process.php, mas na verdade se chama processa.php [terminando com a letra A].

view plaincopy to clipboardprint?
envia( 'process.php' );
Abro o projeto no servidor, clico no botão, e:


Não funcionou, não fez o que queríamos


Erro na tela. Bem simples, e fácil de entender.

Não encontrou o arquivo. Dentre os possíveis motivos, eu poderia ter errado o caminho, o nome do arquivo, não ter me atentado ao CaSe SEnSiTIVe, o arquivo realmente ainda não ter sido criado…

Só apareceu dessa forma, porque eu pedi:

view plaincopy to clipboardprint?
id('response').innerHTML = xmlHttp.responseText;
Mas nem sempre, é tão simples. Se eu não tivesse colocado o retorno completo dentro dessa DIV, teria sido muito mais silencioso. Só nos resta debugar o código.

Acessar diretamente

Uma forma, é acessar diretamente o arquivo que tentamos chamar. Indo no browser, e jogando a URL lá, crua..
http://localhost/process.php
Bem intuitivo. Esse princípio, demonstra bem que a única mágica do ajax, é ‘ir e voltar’ sem refresh. Todo o resto já estamos muito acostumados a lidar.

Mas não é tão prático assim, e ficar acessando várias URLs, pode nos deixar confusos, pois temos que levar em conta o caminho apartir do nosso script.

Usar alert()s

Nessas horas o alert(), é o ‘canino fiel’(melhor amigo), dos programadores js.

view plaincopy to clipboardprint?
if (xmlHttp.readyState == 4){
alert( xmlHttp.responseText );
//id('response').innerHTML = xmlHttp.responseText;
}
No alert, vemos:

O mesmo, porém tivemos que ‘caçar’ mais, e nem sempre é tão simples assim, podemos nos perder, e gastamos preciosos minutos colocando alert()s em tudo quanto é canto.

Finalmente, com o Firebug

Nesse momento, é o Firebug que vai nos salvar.
Apertemos F12, aba Rede, depois xhr:
Basta dispararmos novamente nossa requisição, clicando no nosso input, e vemos o erro no Firebug:
Só por esta aba, já temos toda a informação que precisamos, porém as outras, resposta e html, nos dão uma idéia mais detalhada e visual respectivamente do que obtivemos.

Corrigimos o nome do arquivo

view plaincopy to clipboardprint?
envia( 'processa.php' );
No próximo post, vou mostrar mais algumas situações, e a ajuda que o Firebug nos dá.

Comentem. Me digam o que estão achando, me servirá de guia, para saber sobre o que devo escrever.
Até lá! =)


http://www.wbruno.com.br/blog/2011/04/14/como-debugar-ajax-firebug/