Thursday, September 09, 2010

Brecha sem solução em arquivos PDF permite invasão de computador Não há nenhuma maneira de se proteger contra a falha.

08/09/2010 18h14 - Atualizado em 08/09/2010 18h14

Empresa estuda lançamento de atualização de emergência.
Altieres Rohr
Especial para o G1

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Versão 9.3.4 e anteriores para Windows, Mac e Unix
estão vulneráveis ao problema. (Foto: Reprodução)A Adobe divulgou a existência de uma falha nos softwares Acrobat e Reader 9.3.4 e versões anteriores para todas as plataformas – Windows, Mac e Unix. Usando a brecha, um criminoso pode criar um documento PDF que, quando aberto, instala vírus no PC do usuário. Segundo a empresa, a falha já está sendo explorada e não há qualquer medida que usuários possam tomar para reduzir para impedir que arquivos mal-intencionados explorem a brecha com sucesso.

A companhia informou ainda que está considerando lançar uma atualização fora do calendário normal. A Adobe adotou um ciclo trimestral de correções. Nos meses em que atualizações são lançadas, elas são liberadas no mesmo dia em que as da Microsoft, na segunda terça-feira útil do mês.

Os ataques ocorrem em pequena escala até o momento. Mas já circula na rede um arquivo PDF de “exemplo” que outros criminosos podem estudar para criar seus próprios ataques, o que deve agravar a situação.

A Adobe considera o problema “crítico”, por isso estuda lançar uma correção fora do calendário planejado.

Usuários podem evitar abrir qualquer tipo de arquivo PDF de fontes duvidosas – o que é difícil, especialmente na web, em que qualquer site pode abrir um PDF automaticamente. No Firefox é possível impedir que o software da Adobe abra PDFs automaticamente – função difícil de configurar no Internet Explorer e impossível de configurar no Google Chrome. No navegador da Mozilla, a opção está disponível no menu Ferramentas, Opções, Aplicativos. No caso de uma página maliciosa solicitar o download de um PDF inesperado, basta cancelar o download.

Outra maneira de contornar o problema é desinstalar o Reader e usar um leitor alternativo como o Foxit Reader, que não está vulnerável à mesma vulnerabilidade.


Desativar a visualização automática de PDFs no Firefox impede que navegador abra arquivos maliciosos. (Foto: Reprodução)

Wednesday, September 08, 2010

Amazônia, o ativo número 1

Ela guarda o equivalente em CO2 a dez anos de emissões globais; num cálculo hipotético, vale duas vezes mais em pé do que devastada

Herton Escobar - O Estado de S.Paulo
O maior desafio do Brasil para reduzir suas emissões de gás carbônico pode ser resumido em uma única frente, a da redução do desmatamento. Em todos os biomas, mas principalmente naquele que é, talvez, o ativo ambiental número 1 do mundo, a Amazônia. Hoje, a floresta é derrubada principalmente para dar lugar à produção de carne e grãos. Um péssimo negócio para o País, na avaliação do diretor executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Paulo Moutinho. Numa conta aproximada feita por ele e outros pesquisadores, a substituição da floresta inteira por pastagens e plantações de soja valeria cerca de US$ 250 bilhões. Conservada, levando em conta só o valor do carbono estocado em suas plantas, ela vale pelo menos o dobro: US$ 500 bilhões.


A devastação da floresta é a atividade que mais pesa nas emissões nacionais de gases do efeito estufa (57%), com a agravante de contribuir muito pouco para o crescimento do País. "É o nosso calcanhar de Aquiles", diz o pesquisador Roberto Schaeffer, do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Um problema de proporções gigantescas, mas cuja solução embute oportunidades igualmente grandes: as de salvar a floresta, reduzir o mea culpa brasileiro na questão do aquecimento global e, ao mesmo tempo, transformar seus recursos naturais numa alavanca inédita de desenvolvimento econômico sustentável de baixo carbono.

Resta saber se o País vai optar por esse caminho inovador, ou se acomodar numa trajetória padronizada de desenvolvimento. "O governo precisa acordar para o fato de que, num mundo aquecido, quem sair na frente com essa economia vai ter uma vantagem competitiva muito grande", diz Moutinho.

Houve avanços na tarefa básica, de conter o desmatamento. O tamanho da área de floresta derrubada anualmente na Amazônia encolheu mais de 70% nos últimos cinco anos, de 27.772 quilômetros quadrados em 2004 para 7.464 km², em 2009. E dados preliminares apontam para uma forte tendência de queda também em 2010, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Falta o passo mais difícil, dar aproveitamento econômico sustentável às florestas que ficaram de pé. "As forças de ocupação da floresta estão represadas, mas não sumiram", diz o diretor do Inpe, Gilberto Câmara. "O dilema agora é equacionar a questão econômica, para relaxar medidas restritivas sem que as atividades ilegais sejam retomadas."

Para isso, é preciso criar alternativas econômicas para comunidades da região, que sempre dependeram do desmate para sobreviver. "A floresta precisa ter valor em pé", diz Moutinho, ressaltando que isso não significa colocá-la numa redoma. "Há muitos recursos florestais e serviços ambientais que podem ser explorados de forma sustentável."

Em tempos de mudança climática, o recurso mais visado no mercado global de sustentabilidade é o carbono, que as plantas absorvem da atmosfera e estocam em seus tecidos, via fotossíntese. Só a Amazônia guarda o equivalente em CO2 a dez anos de emissões globais por queima de combustíveis fósseis. Sem contar o Cerrado, que também estoca grandes quantidades de carbono.

O principal mecanismo proposto para valorizar esses estoques, o Redd, sigla para Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação, prevê o pagamento pela preservação de florestas e do carbono contido nelas. "O dinheiro que vier do Redd tem de ser usado para estimular atividades produtivas que gerem renda, não só para criar reservas", diz Câmara. "Caso contrário, não vai funcionar." As regras do mecanismo estão sendo negociadas na Convenção do Clima da ONU.

Vem aí a Logística Reversa

Caro leitor,
Não sei se você está por dentro dessa história de Política Nacional de Resíduos Sólidos mas isso deve mudar consideravelmente sua relação com o lixo que você produz e inclusive sua responsabilidade por ele.
A PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) é um amplo guardachuva que vem para estabelecer em nível nacional, os parâmetros para gestão dos resíduos gerados no país. Nesse contexto existe um ponto denominado responsabilidade compartilhada, que é exatamente a divisão da parte que lhe cabe nessa história toda.
A responsabilidade compartilhada atribui obrigações a fabricantes, distribuidores, governo e consumidores, visando a viabilidade da reciclagem ou do reaproveitamento dos materiais.
Um ponto muito interessante e fundamental nessa nova Política é a questão da logística reversa. Trata-se do caminho de volta dos produtos depois que eles passam a ser considerados resíduos, ou seja, no pós consumo.
É interessante imaginar o cenário do descarte de materiais a partir da implantação da logística reversa.
Hoje em dia, o que fazemos quando temos um ítem como uma geladeira para jogar fora?
Obviamente uma geladeira não cabe na lixeira da sua casa e nem tampouco consigo engolir a imagem de uma geladeira sendo esmagada na parte de trás de um desses caminhões que realiza a coleta de lixo.
O que fazemos geralmente é colocar pra fora e ver o que acontece.
Provavelmente algum catador de materiais passará com o seu carrinho e levará a sua geladeira para uma sucataria, onde ela será desmontada e vendida por partes para ser reciclada.
É mais ou menos esse o processo que vai ser estabelecido. Resíduos especificos como eletrodomésticos de grande porte, como a sua geladeira ou o seu fogão, terão um atendimento especial dos fabricantes. Provavelmente haverá um call center onde você poderá agendar a retirada de seu equipamento inservível, que então será encaminhado para reciclagem.
Outros itens comuns do dia a dia, como garrafas, latas e embalagens normais não receberão um tratamento tão exclusivo. Para estes deverá ser montado um esquema mais parecido com o a coleta seletiva normal. Mas será sua responsabilidade cooperar com o descarte adequado, facilitando o processo e gerando possibilidades a partir de um trabalho bem feito.
Com certeza você ouvirá falar mais de lixo daqui pra frente e se envolverá mais ainda com o que sai da sua casa.

Fique de olho e se prepare para a revolução do lixo que está por vir.

@eco_netto
@recicleiros
Saúde - 08.09.10
Maior atividade pode prevenir demência em idosos
Pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) traçaram um perfil da prevalência e incidência de demência entre idosos de uma região pobre de São Paulo. Os resultados mostram que a baixa escolaridade e renda estão entre os principais fatores de risco que podem levar a doença. Ao mesmo tempo, verificou-se que a realização de atividades cognitivas simples, como trabalhos manuais, pode diminuir o risco de demência nos idosos.

Os estudos fazem parte de um programa de investigação sobre saúde do idoso, com ênfase na saúde mental, o São Paulo Ageing & Health Study (SPAH), coordenado pelos professores Marcia Scazufca e Paulo Rossi Menezes, da FMUSP, e envolveram idosos com 65 anos ou mais, na região Oeste da cidade de São Paulo. Por meio de questionários padronizados para estudar população com pouca escolaridade e baixa renda, 2.072 idosos passaram por avaliação cognitiva, do estado mental e de diversos fatores de risco para demência, como características sócio-demográficas e saúde.

Na primeira fase do estudo foram identificados 105 casos de demência, o que equivale a uma prevalência de demência de 5,1%. “É uma prevalência alta, semelhante à registrada na Europa”, destaca a pesquisadora Marcia Scazufca. “A maior parte dos idosos entrevistados tinha menos de 75 anos, enquanto nos países europeus eles se situam em faixas etárias mais elevadas (75 anos ou mais), sendo que a idade é o principal fator de risco conhecido para a demência”. A partir das informações levantadas, foi investigada a associação entre indicadores de desvantagem socioeconômica ao longo da vida e prevalência de demência.

“Na literatura científica, vários estudos apontam uma relação entre menor escolaridade e maior risco de demência”, diz Marcia. Entre os idosos pesquisados, 38% não tem escolaridade (analfabetos), 52% tem um a três anos de estudo e 9% possuem quatro anos ou mais. Dois terços nasceram em zonas rurais, o que dificultou o acesso à escola. Metade teve ocupações braçais ao longo da vida. Esses fatores levaram cerca de um terço da população estudada a ter renda mensal de menos de um salário mínimo. “Entre os idosos que tiveram mais desvantagens sócioeconômicas ao longo da vida, o riso de demência foi cerca de sete vezes maior do que os idosos que não expostos a estes fatores de risco”.

Prevenção
Em uma terceira investigação, avaliou-se o possível papel da alfabetização, ocupação e renda na prevenção da demência. “A partir da fração atribuída na população estimou-se que 22% dos casos de demência seriam evitados caso todos os idosos pesquisados fossem alfabetizados, número que subiria para 29% se tivessem renda mensal maior do que um salário mínimo na época do estudo, e para 38% se tivessem realizado ocupações com algum grau de especialização”, afirma a pesquisadora. “Se nenhum idoso fosse exposto a esses três fatores de risco, cerca de 50% dos casos de demência teriam sido evitados”, acrescenta.

Dois anos após a primeira avaliação os idosos foram entrevistados novamente. Os pesquisadores verificaram se a participação em 42 atividades, divididas entre atividades sociais, cotidianas, cognitivas, físicas, assistir TV e ouvir rádio, estava associada com o desempenho cognitivo e o surgimento de novos casos de demência dois anos após a primeira avaliação (incidência de demência). “Entre os 1.243 idosos reavaliados, 99% praticavam algum tipo de atividade social, 95% faziam alguma atividade cotidiana, 63% realizavam atividades cognitivas e 49% atividades físicas”, aponta a pesquisadora.

“Verificou-se que os idosos que realizavam mais atividades tiveram menor declínio no funcionamento cognitivo dois anos após a inclusão deles no estudo. A maior participação em atividades também esteve associada a um menor risco de desenvolver demência neste período”, acrescenta Marcia. Quanto ao tipo específico de atividade desenvolvida, a pesquisa também mostrou que idosos que realizavam mais atividades cognitivas na inclusão do estudo tiveram menor declínio cognitivo no seguimento, o que incluia trabalhos manuais, em madeira e metal, costuras (tricô, crochê), frequentar aulas, utilizar o computador, cantar, tocar música e jogar sozinhos, ler e escrever.

A pesquisadora recomenda que políticas públicas estimulem a participação dos idosos em todas as atividades, particularmente nas cognitivas. “Embora parte da população idosa brasileira não seja alfabetizada e não possa ler e escrever, há outras atividades simples que podem estimular e preservar as funções cognitivas e com isso possivelmente prevenir ou retardar o aparecimento da demência, como os trabalhos manuais”, ressalta. “Os resultados da pesquisa complementam as conclusões de outros estudos com idosos que têm acesso a atividades sofisticadas e que requerem alto poder aquisitivo, pois mostram que não apenas as atividades cognitivas sofisticadas, como ir ao teatro ou ler um romance, podem prevenir ou retardar o aparecimento da demência”.

Mais informações: scazufca@usp.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.