Wednesday, September 28, 2011

Brasil se destacou por iniciativas sustentáveis, diz estudo do Pnud

28 / 09 / 2011 Brasil, Colômbia e Peru são países da América Latina que se destacam por suas iniciativas para agregar valor econômico aos seus ecossistemas, considerados entre os mais ricos em biodiversidade do mundo, apontou um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O Brasil diminuiu em 70% o desmatamento na Região Amazônica em um período de cinco anos. Já a Colômbia tem 40% de seu território composto por áreas de proteção ambiental, destacou nesta segunda-feira, na capital do Peru, Lima, a conselheira do Pnud, Emma Torres. Outro ponto positivo, apontou Emma, foi o manejo sustentável da pesca da anchova do Peru, onde cada embarcação tem uma cota de captura do pescado, o principal produto de pesca do país. “A região precisa crescer, como vem fazendo, mas isso precisa acontecer com práticas mais sustentáveis em suas atividades econômicas”, disse a conselheira durante a apresentação do relatório “América Latina e Caribe: Uma Superpotência da Biodiversidade”. O documento assinalou que os principais custos de práticas não-sustentáveis são uma menor produtividade, subsídios perversos, perda de receita para o setor público e aumento de gastos futuros para remediar o colapso da biodiversidade. Entre os benefícios do desenvolvimento sustentável, estão a rentabilidade financeira por maior produtividade e o pagamento de serviços ambientais, além da expansão do emprego, oportunidades em novos mercados verdes e a diminuição de danos causados por desastres ambientais. A América Latina e o Caribe abrigam seis dos países com maior diversidade do mundo: Brasil, Colômbia, Equador, México, Peru e Venezuela, e conta com a área de maior diversidade natural do planeta, a Floresta Amazônica. O documento destacou ainda as vantagens da agricultura orgânica: a produção de café na Nicarágua elevou a receita dos plantadores em 40%; em Honduras, a produção de milho aumentou 1,9 toneladas ao ano; e no México, a produtividade do milho cresceu 47%. Durante a apresentação, o ministro de Produção do Peru, Kurt Borneo, afirmou que é preciso buscar o desenvolvimento social e que é preferível ter um ritmo de crescimento mais moderado e com sustentabilidade dos recursos. (Fonte: Portal iG)

Ativistas criticam fórum sobre internet

27 de setembro de 2011| 19h24 Por Agências Manifestantes pedem mais transparência no Internet Governance Forum NAIROBI – Ativistas de Internet acusaram governos de causar dificuldades aos usuários da web, defensores dos direitos humanos e empresas privadas na realização de seu trabalho, em função das tentativas estatais de exercer controle sobre o mundo online. Os ativistas se pronunciaram durante o Internet Governance Forum, um evento anual realizado nesta terça-feira em Nairóbi, reunindo empresas, organizações sem fins lucrativos, representantes de governos e cidadãos comuns. Os ativistas afirmaram que as autoridades estão demonstrando mais ousadia em seus esforços para regulamentar a web, cujo uso facilitou as revoluções árabes, permitiu vazamentos maciços de documentos diplomáticos norte-americanos e facilitou o florescimento do compartilhamento online. “O que vimos nos últimos três anos é que os governos já não hesitam em suas tentativas de regulamentar o conteúdo de Internet”, disse Joy Liddicoat, coordenadora de projeto da Association for Progressive Communications, da Nova Zelândia, que luta para proteger os direitos das pessoas na Internet e quanto ao seu uso. Os participantes da reunião afirmaram que os governos estão cada vez mais filtrando e bloqueando o conteúdo da web, conduzindo operações de vigilância e solicitando dados e informações pessoais, em países como o Egito e o Paquistão. “São essas as questões que gostaríamos de ver discutidas no fórum, e acreditamos que sejam necessárias discussões muito mais abertas e transparentes sobre como devemos responder a esses desafios”, disse Liddicoat. Os ativistas esperam demonstrar que estão mais capacitados a definir as futuras regras da internet, propulsora importante de crescimento econômico em um mundo à beira da recessão. Maud de Boer-Buquicchio, vice-secretária geral do Conselho da Europa, uma organização que congrega 47 países e trata principalmente da defesa dos direitos humanos, disse que a crescente relevância da web como ferramenta de comunicações e comércio torna mais urgente que surjam acordos sobre a questão do controle da Internet. “É um momento importante para definirmos princípios para o controle da internet, no nível das pessoas e organizações que controlam a Internet”, disse de Boer-Buquicchio. /REUTERS

ACTA será assinado no sábado, em Tóquio

27 de setembro de 2011| 18h01 Por Tatiana de Mello Dias Termos do acordo internacional antipirataria permanecem incertos O ACTA, acordo internacional sobre proteção da propriedade intelectual, já tem data para ser assinado: próximo sábado. O Anti-Counterfeiting Trade Agreement (ACTA) será assinado em Tóquio por representantes do Japão, Austrália, EUA, Canadá, Coreia do Sul, União Européia, Marrocos, Singapura e Nova Zelândia. Quem divulgou a informação foi o Ministério da Negócios Estrangeiros do Japão. O acordo ficará aberto à assinatura de outros países até 1º de maio de 2013. O acordo internacional pretende unificar as normas de combate à pirataria de produtos de luxo, filmes, músicas e outros produtos em todo o mundo. O ACTA é criticado por ter sido negociado às escuras. Entidades de proteção aos direitos civis protestaram contra o texto e a maneira como o texto foi redigido, que determinava uma série de medidas contra a pirataria. OS EUA foram responsáveis por sugerir as mais duras delas: desconectar a internet de quem consumisse conteúdo ilegal e adoção de DRM, entre outras. As medidas foram afrouxadas, mas ainda não está claro quais serão as medidas antipiratarias propostas pelo acordo internacional. Ainda são cogitados, por exemplo, que os provedores de acesso ‘previnam infrações’ com a desconexão. Além disso, medidas como gravar um vídeo na sala de cinema poderiam ser classificados como “infração intencional de copyright em escala comercial”. Alguns dos termos das negociações só foram à tona porque vazaram troca de correspondências entre os representantes dos países signatários. Um responsável pela Suécia chegou a declarar que a “questão de sigilo tem sido muito danosa para o clima de negociações” no país. O chefe da organização Public Knowledge, Gigi Sohn, disse em comunicado que o texto final do acordo foi melhorado em relação às versões anteriores, mas o processo de construção foi “extremamente falho”. Para ele, o ACTA deveria ter sido debatido publicamente no Senado, ou em um fórum internacional aberto e transparente. O Brasil não participa das negociações do acordo. O temor, porém, é que o ACTA sirva como instrumento de pressão para mudar as leis internacionalmente – e fazer com que os países assinem os termos com o texto já finalizado. http://blogs.estadao.com.br/link/acta-sera-assinado-no-sabado/

Sunday, September 18, 2011

Cresce a oferta de cursos a distância nas empresas

CAMILA MENDONÇA DE SÃO PAULO De olho em uma capacitação mais dinâmica de seus funcionários, as empresas brasileiras têm investido mais em treinamentos a distância. De acordo com o último censo da Abed (Associação Brasileira de Educação a Distância), de 2010, divulgado no dia 1ë deste mês, 35 empresas que ofertaram cursos corporativos aos funcionários concederam 724 treinamentos não presenciais --365 para profissionais de nível operacional. Em 2009, 23 companhias deram 561 cursos. O número de universidades corporativas que disponibilizam ensino a distância, por sua vez, passou de 35 em 2007 para 99 em 2009. "A flexibilidade da educação a distância permite que mais gente seja treinada em menos tempo", avalia Ivete Palange, consultora da Abed. Para empresas e consultores, reduzir custos e agilizar e uniformizar o treinamento são os motivos da alta. "Hoje há uma garotada [nas empresas] que aceita melhor [o treinamento a distância]", frisa Sérgio Mônaco, gerente de treinamento e desenvolvimento do Hay Group Brasil. Os números confirmam essa aceitação Ða quantidade de participantes dos cursos subiu 71,4% nos últimos três anos, segundo a Abed. O crescimento ainda se explica pelo fato de 19 das 35 empresas consultadas pela associação terem cursos obrigatórios. A flexibilidade atrai Mariane Camargo, 31, representante de vendas da Smart Technologies. "Faço o treinamento de onde quer que esteja", conta ela, que diz realizar cerca de 50 cursos por ano. Diogo Shiraiwa/Editoria de Arte/Folhapress
TREINAMENTO EXIGE ATENÇÃO Para ajudar os funcionários a conhecer melhor os produtos que vendem, a GGD Metals, de aços e metais, realizou treinamento de seis meses em sua universidade corporativa unindo cursos a distância e presenciais. "O 'e-learning' é mais rápido e mais fácil, mas não dispensa o treinamento presencial", opina Gisele Irikura, 35, gerente de RH. Vanderlei Bassi, 46, gerente regional de vendas da empresa, fez o curso, mas diz que o presencial é mais efetivo. "No on-line, você não tem resposta imediata", afirma. Isadora Brant/Folhapress Mariane Camargo diz fazer cerca de 50 cursos a distância por ano pela empresa
A troca de experiências é uma das vantagens do modelo presencial em relação ao on-line, reforça Lucila Yanaguita, consultora da Search. "O ideal seria um misto dos dois", opina Yanaguita. O que também dificulta a adaptação de profissionais ao ensino virtual é a necessidade de disciplina para cumprir tarefas sem a supervisão presencial do professor. "É preciso saber organizar o tempo para realizar as atividades, e essa autonomia algumas pessoas ainda não têm", pondera Elaine Turk Faria, professora da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul). Na Panalpina, de logística, os funcionários têm 32 cursos a distância à disposição, entre obrigatórios e opcionais, e ainda contam com treinamentos presenciais. ABRANGÊNCIA Maicon Lopes, 32, analista de novos projetos da empresa, destaca que o curso a distância "facilitou" sua rotina, mas frisa que a "interação" do presencial é mais eficaz. "[Os cursos a distância] são mais efetivos porque atingem mais empregados", diz Ildeu Vellasco, 46, diretor de RH. Ladmir Carvalho, 48, diretor-executivo da Alterdata Software, que há cinco anos adotou os cursos a distância nos treinamentos, concorda: "Agilizamos a preparação dos funcionários". Programador da empresa, Douglas Delati, 39, conta que a vontade de concluir uma graduação a distância -ele ainda não tem formação superior- cresceu depois do treinamento. "Aumentou minha certeza de que é efetivo, com a vantagem de que não preciso me deslocar."

Wednesday, September 14, 2011

Alphagraphics do Brasil é destaque da rede

Com faturamento de US$ 38 mi, empresa se reposiciona e está de cara nova
Roseani Rocha| »
12 de Setembro de 2011 • 19:00

Brasil já é segundo maior faturamento da Alphagraphics no mundo. Crédito: Divulgação

Fundada há 40 anos, nos Estados Unidos, a Alphagraphics está passando pela primeira vez por uma grande remodelagem de sua marca, resultante de seu novo posicionamento no mercado de impressão rápida.

A nova logomarca, elaborada pelo escritório Colman, Brohan & Davis, tem linhas e ângulos “clean”, que têm objetivo de transmitir maior sofisticação e contemporaneidade, sob inspiração das tecnologias, plataformas e canais que surgem a cada momento. À marca foi acrescentada a mensagem “Increase your reach” (amplie seus resultados), atendendo a proposta da empresa em oferecer aos profissionais de marketing todas as soluções em serviços, produtos e tecnologias para suas campanhas.

No Brasil, a empresa atua desde 1990, possui 23 unidades e seu faturamento já é o segundo maior do mundo, atrás somente da matriz norte-americana, que possui 250 lojas e fatura US$ 250 milhões. De julho de 2010 a junho de 2011, o faturamento da empresa no Brasil foi de US$ 38 milhões – crescimento de 38,9%. Entre os 10 maiores franqueados da Alphagraphics no mundo estão três brasileiros, todos localizados em São Paulo (donos das unidades Faria Lima, Vila Olímpia, Bela Vista, Berrini, CENU e Pinheiros). A unidade mais recente será inaugurada nesta quinta-feira, 15, em Jundiaí, interior paulista. E dia 11 de outubro será a vez de uma nova unidade, em Fortaleza (CE).

“Nossa expectativa é crescer 25% no mínimo este ano, e estamos conseguindo”, destacou Rodrigo Abreu, vice-presidente de Marketing e Internacional da Alphagraphics. O brasileiro, aliás, divide seu tempo entre Brasil e EUA. Com 700 funcionários em território nacional, a empresa orienta sua expansão para as capitais onde ainda não está presente, sendo os alvos principais hoje: Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba. Outras cidades importantes do interior também estão no radar de expansão da Alphagraphics que atua por sistema de franquias.

Hoje, o valor médio para uma nova loja é de R$ 800 mil e o tempo estimado para que o investimento se pague é de 36 a 40 meses. E quem entra no negócio nesse momento fará parte de uma empresa que pretende mostrar aos clientes que engloba todas as soluções de comunicação e impressão digital. “Em impressão digital atuamos no b2b e somos considerados líderes pelo mercado. E em marketing direto e impressão offset temos muitos concorrentes locais”, explicou Rodrigo Abreu.

O executivo destaca ainda que não enxerga mais a impressão trabalhando sozinha e por isso a Alphagraphics começou a incorporar as mídias digitais. Se um cliente solicita a impressão de uma apostila para um evento, pode também fazer a versão digital e um mobile app. “Estaremos cada vez mais envolvidos com o resultado final do trabalho para nossos clientes, em vez de só copiar ou imprimir. Enxergamos todas as mídias integradas e queremos que os clientes nos vejam como provedor dessas mídias”, destacou.

A expectativa é de que os novos produtos e serviços representem 20% do faturamento mundial da companhia até 2014, ou seja US$ 100 milhões, de um total de US$ 500 milhões (com a mesma proporção na operação brasileira). Além de EUA e Brasil, a companhia possui outras 15 unidades distribuídas por Inglaterra, Hong Kong, Arábia Saudita, China e México.

Friday, September 09, 2011

Físico usa probabilidades para mostrar como o acaso influencia o mundo

Leonard Mlodinow cita escritores famosos, que tiveram até 26 recusas antes de brilhar, para defender que persistência é grande fator de sucesso
Raphael Gomide, iG Rio de Janeiro | 09/09/2011 05:59

O físico Leonard Mlodinow, autor de "O Andar do Bêbado", veio ao Rio para a Bienal

O físico norte-americano Leonard Mlodinow, 56 anos, é um produto do acaso, ou da sorte. Ele só nasceu porque seu pai foi um improvável sobrevivente de campo de concentração nazista na 2ª Guerra Mundial e perdeu a mulher e os dois filhos durante o conflito. O velho Mlodinow esteve a um instante de ser assassinado após, faminto, roubar um pão na padaria do campo de concentração – por algum motivo, salvou-se e foi designado para a padaria. Acabada a guerra, emigrou para os Estados Unidos, onde se uniu a uma moça judia, refugiada.

"Se não fosse pela guerra, meu pai nunca teria emigrado para Nova York, nunca teria conhecido minha mãe, também refugiada, e nunca teria gerado a mim e aos meus dois irmãos", escreve.

É justamente o acaso, ou a aleatoriedade, o tema de “O Andar do Bêbado” (Zahar, R$ 42 nas livrarias e R$ 34,50 na Bienal do Livro), best-seller escrito por Leonard Mlodinow, que usa as probabilidades para explicar como muitos dos acontecimentos que mudam a nossa vida acontecem sem uma lógica clara. O físico está no Rio para a Bienal do Livro, para participar de um café literário nesta quinta-feira (8). O livro já vendeu 200 mil exemplares nos EUA e cerca de 100 mil no Brasil.

De acordo com Mlodinow – autor de cinco livros, mais dois no prelo –, “o acaso afeta tudo que você faz e muda muitos e importantes momentos de definição em sua vida”.

O físico escritor cita casos como o da escritora J.K.Rowling, que teve o primeiro livro Harry Potter recusado por nove editoras, e John Grisham, de “A Firma”, cujos manuscritos foram rejeitados 26 vezes, para afirmar que frequentemente o aleatório faz com que a arma que nos resta seja a persistência. “É por isso que as pessoas bem-sucedidas em todas as áreas quase sempre fazem parte de um certo conjunto – o conjunto das pessoas que não desistem”, diz, no livro.

Citando Thomas Watson, ele diz que “se quiser ser bem-sucedido, duplique a sua taxa de fracassos”. É matemática, ou probabilidade: quanto maior o número de tentativas, maiores as chances de se conseguir algo.

Usando as leis de probabilidades, mostra como estava errado um exame de sangue que o apontou como HIV positivo em 1989, embora não fizesse parte de nenhum “grupo de risco”. Tomando por base o fato de que ele estava fora de qualquer grupo de risco e de que apenas 1 a cada 10.000 homens brancos heterossexuais não-usuários de drogas tinha HIV, chegou à conclusão de que havia apenas 1 chance em 1000 de que estivesse contaminado, e não o contrário.

A autora de Harry Potter, J. K. Rowling, teve o primeiro livro da série recusado nove vezes

A partir das probabilidades como ferramenta principal, Mlodinow diz que a confiança que temos em testes médicos – ou de antidoping, para atletas, por exemplo – deve ser na medida de sua imprecisão, ou margem de erro. Segundo ele, as taxas de falha desses exames muitas vezes podem variar de 1% a até 15%, dependendo do caso.

E afirma que a chance de se ganhar na loteria nos EUA é a mesma de se morrer em um acidente de carro a caminho da compra do bilhete.

Foi assim, por vezes se assombrando com a própria experiência e por outras se divertindo, costurando a história de teorias matemáticas com exemplos práticos, que o físico escreveu o bem-humorado “O Andar do Bêbado” – síntese da aleatoriedade, o ébrio parece sempre estar a um ponto de cair, mas o próximo passo é imprevisível.

Leia abaixo alguns trechos da entrevista do iG com Leonard Mlodinow.

iG - Com tanto acaso no mundo, a sorte existe?

Leonard Mlodinow - Claro, a sorte existe. Se acontece em seu favor, você pode considerar sorte. Se eu lhe oferecer US$ 100 se uma moeda der ‘cara’, e der, isso pode ser considerado sorte; se der ‘coroa’, é azar.

iG - De acordo com um conceito que o sr. cita, a probabilidade de um evento acontecer ao mesmo tempo de outro é sempre menor do que a probabilidade de um evento acontecer independentemente. Então, se uma pessoa for mentir ao chefe por estar atrasado para o trabalho, ele será mais convincente se der só uma desculpa, em vez de dizer que estava trânsito, o pneu furou e a mulher quebrou a perna...?

Leonard Mlodinow - É melhor dar só uma desculpa. O chefe pode pensar: essas são todas coisas raras e todas elas aconteceram com você hoje? ‘Ok, trânsito é comum, pneu furado acontece em 1/100 casos, e a mulher quebrou a perna...’ Junta tudo. Soa muito menos provável. Quando falamos algo muito específico, soa mais provável, mas na verdade é muito menos provável de acontecer. Mentiras vagas são melhores.

iG - Qual a chance de uma superstição dar certo?

Leonard Mlodinow - Superstições são baseadas em coincidências ou no que você quer acreditar. As pessoas gostam de achar que tem controle. Se um jogador de futebol põe as meias ao contrário e faz dois gols ele pode achar que foi por isso. Quando se tem uma teoria, há uma tendência de acreditar no que a confirma e desacreditar o que a refuta.

iG - É possível que o acaso esteja apenas seguindo uma certa “lei” do universo que simplesmente ainda desconhecemos?

Leonard Mlodinow - Claro. Primeiro, no nosso dia-a-dia não há acaso real. Está tudo baseado no nosso desconhecimento. Se uma pessoa for atravessar a rua e for atropelada, se ela soubesse que viesse naquela hora um motorista bêbado, poderia evitar. Mas não se sabe essas coisas, então vira o acaso. Se os fundamentos da física estão corretos, há uma certa aleatoriedade na física quântica que não se poderia nunca prever, mas isso não é a vida cotidiana, que segue as leis de Newton.

iG - O sr. diz que nunca se deveria julgar as pessoas pelos resultados, mas é assim que estamos acostumados a fazer.

Leonard Mlodinow - Essa é a maneira preguiçosa de se avaliar alguém, é a maneira mais fácil. Um jogador de futebol com sorte pode ter um ano maravilhoso e depois nunca mais repeti-lo. As estatísticas daquele ano o levariam a ser contratado para um grande time e a receber milhões. É assim também no ramo dos executivos. Mas convém julgar as pessoas mais pelos seus talentos do que por seus resultados.

iG - No livro, o sr. cita Thomas Watson, dizendo que “se quiser ser bem sucedido, duplique a sua taxa de fracassos”. Essa é a receita do sucesso, não desistir nunca?

Leonard Mlodinow - Não digo que seja a receita do sucesso nem que deva regular a vida de ninguém. Mas é muito importante e reconfortante, porque todos nós fracassamos. O negócio é continuar tentando, como o coelhinho da propaganda da Duracell.

iG - A partir de exemplos que o sr. citou no livro, testes médicos com resultados equivocados são mais comuns do que imaginamos. Isso significa que não devemos confiar neles?

Leonard Mlodinow - Sim, devemos confiar neles, mas da mesma maneira que confiamos em uma pesquisa de opinião, dentro de suas margens de erro.

iG - Quando o sr. recebeu o teste com HIV positivo começou a fazer as probabilidades de estar errado? O sr. se deu conta do erro do teste logo?

Leonard Mlodinow - Só me dei conta semanas depois. Fiz um monte de testes e depois disseram que eu estava bem. Por algumas semanas foi horrível. Eu nem pensei nisso. Só depois me dei conta disso e fiz os cálculos. Entre homens brancos, heterossexuais e não-usuários de drogas injetáveis, as chances de contaminação eram de 1 em 10.000, e ocorriam 10 falsos positivos em 10.000 testes. Então, na ocasião, a chance de eu não estar contaminado era de 10/11.

iG - Para o uso prático, o que é mais útil aprender: probabilidades ou estatística?

Leonard Mlodinow - Ambos.

iG - O sr. estava no World Trade Center no dia 11 de setembro de 2001 e sobreviveu. O que estava fazendo lá?

Leonard Mlodinow - Tinha levado meu filho ao jardim de infância, estava do lado de fora. Eu morava a um bloco dali. Estava ali todo dia, então minhas chances de estar ali eram maiores do que a da maioria. Tinha muito pouca gente nos prédios àquela hora. Se o ataque fosse mais tarde, teria dez vezes mais gente. A maioria das pessoas não chegam para trabalhar às 8h30.

iG - O sr. critica rankings feitos por experts em vinhos e comida. Eles são imprecisos em suas análises?

Leonard Mlodinow - É como todo o resto, olhe para a margem de erro deles. Um desses experts admitiu para mim: ‘É, a margem é de três ou quatro pontos, em 100. Então, quando se compra um vinho cuja nota é 91, poderia ser 88 ou 94. Se for 94, você gastará mais US$ 20 do que se for 88. Um dia é 88, outro é 91, outro é 94. Um 96 é provavelmente melhor que um 86. Eu tento ignorar essas classificações, porque mesmo que você saiba que não há diferença é difícil ignorar. É a mesma coisa com o truque de preços US$ 19,99. São US$ 20. Mas US$ 19,99 soa muito mais barato que US$ 20. Eu repito para mim mesmo: US$ 20. É difícil não se impressionar, mas deve-se tentar.

iG - Quais são as chances de que Deus exista, em sua opinião?

Leonard Mlodinow - Não tenho nenhuma ideia. Eu não tenho nenhuma razão para acreditar que exista. Não quer dizer que não é verdade. Mas também não digo que tenha alguma razão para dizer que não exista. Como muitas coisas, não tenho razão para dizer que não é verdade. Eu poderia acreditar que vou ganhar na loteria, e isso me faria muito feliz, como meu pai, que comprava um bilhete todo dia. Ele nunca venceu, mas isso o fez feliz.

iG - O sr. nunca lhe disse quais eram as verdadeiras chances que ele tinha?

Leonard Mlodinow - Não, eu lhe comprava bilhetes! É um jeito mais barato de se ter esperança que a religião. E ninguém morre disso... Na verdade, morre, sim... Mostro no livro que tantas pessoas morrem no caminho para comprar bilhete, em acidentes de carro, quanto ganham na loteria. Eu calculei isso. Para cada vencedor, um morre em acidente indo comprar um bilhete, com base em dados do Departamento Nacional de Trânsito dos EUA.

6 dicas para criar um logo de impacto para sua empresa

Conhecer bem o público alvo e a concorrência é fundamental para desenvolver uma marca de sucesso
Daniela Moreira, de

São Paulo - A maçã da Apple, o passarinho do Twitter, o “m” do McDonalds. Marcas de sucesso são reconhecidas às distancia por seus logos. Confira, a seguir, dicas de Gustavo Motta, designer e CEO do site de criação colaborativa de logotipos WeDoLogos, para criar um logo de impacto para o seu negócio:
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1. Conheça bem seu negócio

Segundo Motta, o autoconhecimento é a chave para criar um logo de sucesso para uma empresa. O empreendedor deve ter claro quais são seus diferenciais e como ele quer se apresentar ao mercado para que isso possa ser traduzido na sua marca. “Na fase inicial do negócio, é comum o empreendedor ficar muito focado no produto e esquecer-se de olhar o mercado. Por isso, ele acaba não tendo uma visão muito clara de quem é a sua empresa”, destaca o especialista.

2. Entenda o seu público

Para poder transmitir a imagem mais adequada do seu negócio, o empreendedor deve saber quem é o seu cliente e o que ele quer. “A maioria dos briefings colocados no nosso site define o público alvo como ‘todos os clientes’. É impossível agradar ‘todos os clientes’ ao mesmo tempo”, aponta Motta. Conhecer bem o cliente significa saber quais são os seus hábitos, o que ele consome e o que ele almeja. “Definir seu público simplesmente como ‘classe A’ ou ´classe C´ é muito vago. Tente ir mais fundo. ‘Jovens de classe A, descolados, que gostam de ir à praia e viajar’ é uma definição mais útil”, explica o designer.

3. Analise a concorrência

Entender como os concorrentes estão se apresentando também é fundamental para decidir como posicionar-se em relação a eles. “É preciso entender qual é a tendência para pode segui-la ou mesmo ir de encontro a ela”, justifica Motta.

4. Mostre a sua personalidade

A marca deve refletir a personalidade do seu negócio. Você quer vender uma imagem forte ou delicada? Feminina ou masculina? Clássica ou moderna? Estes atributos farão com que o público se identifique (ou não) com o seu negócio. “Para um escritório especializado em direito tributário, por exemplo, uma fonte mais séria é importante para passar credibilidade”, ilustra o especialista.

5. Fique atento às cores

As cores do logo também são importantes aliadas para associar ideias à sua marca, por isso não as escolha ao acaso. “Amarelo remete a juventude, verde a crescimento, azul seriedade”, exemplifica Motta. Ele ressalta, contudo, que essas interpretações variam conforme o contexto cultural.

6. Fuja dos modismos

Observar as tendências é importante, mas evite moldar seu logo apenas de acordo com a onda do momento. “Um tempo atrás, o arco estava em todas as marcas possíveis. Com a web 2.0, brilho, volume e um retângulo arredondado em volta do logo viraram moda”, aponta Motta. Quem adere aos modismos, corre o risco de ficar com uma marca parada no tempo. “Isso pode acarretar custos no futuro para remodelar tudo”, adverte o especialista.

Monday, September 05, 2011

Pergunte ao headhunter: como colocar um frila no currículo?

Julia Viana
segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Muitas empresas têm demandas inesperadas de trabalho e, às vezes, precisam contratar empregados temporários. Outras vezes, optam por esse tipo de vínculo porque não podem assumir um novo prestador de serviço dentro da empresa. Seja como for, quem tem esse tipo de ligação com o empregador tem experiências e períodos de trabalho diferentes daqueles vividos por quem é contratado. Consequentemente, a forma de colocar isso no currículo também muda de um caso para outro.

Para saber como agir em três dos casos mais comuns, veja as dicas de Giuliana Hyppolito, consultora da DM Especialistas.

Foi só um job - Caso você tenha desenvolvido apenas um projeto para a empresa, coloque na sua lista de experiências uma seção complementar e descreva lá sua função nesse trabalho. Isso, claro, desde que a experiência esteja relacionada à área em que você está buscando vaga.

É frila, mas é fixo - Caso você trabalhe numa empresa e não seja contratado, descreva como experiência normal. Caso você saiba até quando trabalhará, coloque o caráter temporário da vaga. Sempre apresente os projetos dos quais participou, seus objetivos e os motivos pelos quais você está inserido nesse contexto.

Me chamam de vez em quando - Se você tem um trabalho fixo e, eventualmente, faz uma outra atividade, pode colocar essa experiência esporádica como informação complementar no currículo. Tome cuidado apenas para não gerar confusão com as datas, já que o currículo deve ser organizado cronologicamente. Se não houver afinidade entre as atividades – ou se a experiência eventual não estiver relacionada à área em que você quer trabalhar – é melhor nem citar isso no currículo. O recrutador pode ficar confuso em relação ao que você está buscando ou achar que você não tem muito foco. Se você não um trabalho fixo e faz esses frilas esporádicos, coloque as experiências ordem cronológica, junto com as outras atividades, sem esquecer de esclarecer que se trata de trabalho eventual.