Tuesday, October 04, 2011

Veja o que prejudica a memória, os sinais de alerta e como exercitá-la.

29/09/2011 10h25 - Atualizado em 29/09/2011 13h42 Fazer associações, repetir, escrever e usar calendário treinam a memória Neurologista Tarso Adoni e pediatra Ana Escobar estiveram no programa. G1, em São Paulo
É difícil entender por que recordamos com detalhes de fatos do passado, quando éramos crianças, e muitas vezes temos que fazer um grande esforço para lembrar onde deixamos a chave, a carteira ou o celular. Da mesma forma, a maioria das pessoas sabe onde estava no 11 de Setembro, quando o Brasil venceu a Copa do Mundo ou na hora da morte de ídolos como Ayrton Senna e Michael Jackson – mas se esquece do que comeu ontem. Para explicar como funciona a memória, quais os fatores prejudiciais, os sinais de alerta e como exercitar o seu cérebro, o neurologista Tarso Adoni, do Hospital Sírio-Libanês, e a pediatra Ana Escobar estiveram no Bem Estar desta quinta-feira (29). Memória (Foto: Arte/G1) É importante manter-se intelectualmente ativo para evitar problemas no futuro. Pressão e colesterol altos, diabetes, sedentarismo e obesidade são ruins para todas as células, inclusive para os neurônios. Ter problemas de memória, eventualmente, não é sinal de doença. Em uma fase que você está mais cansado, por exemplo, costuma ter dificuldade para gravar as coisas. Além disso, se você não dorme adequadamente ou sobrecarrega o cérebro com muitas informações, sua memória pode falhar. É como uma máquina, que, se muito exigida, acaba pifando. Segundo o neurologista Tarso Adoni, a falta de atenção nas tarefas cotidianas pode atrapalhar a memória. O ideal, portanto, é se concentrar no que você faz e procurar guardar objetos sempre no mesmo lugar, para evitar confusões. Onde ficam guardadas as informações O pré-requisito para a memória é a atenção. São os dois lobos frontais, na parte da frente do cérebro, que coordenam a razão e julgam quando devemos estar atentos. Ao termos uma sensação muito marcante, que vem por um dos cinco sentidos (como um perfume forte, por exemplo), a informação vai para uma região central do cérebro chamada hipocampo. É uma espécie de “centro imediato da memória”, onde ficam guardadas temporariamente as informações do dia a dia. Depois de um certo tempo, se o cérebro avalia que aquela informação é importante para a memória, ele a transfere do hipocampo para o centro daquele sentido específico, que varia de acordo com a informação. Existem 5 tipos de memória: 1) Imediata Usamos essa memória por segundos, para algo que precisamos executar imediatamente. Tem um espaço pequeno e é ativada, por exemplo, quando precisamos "anotar" um número de telefone no cérebro para usá-lo em seguida. 2) De trabalho Empregamos essa memória durante o tempo necessário para trabalhar com determinada informação, como para fazer cálculos. Com ela, podemos processar dados e não só repeti-los mentalmente. 3) Episódica É a memória que mais rende queixas, por ser a mais utilizada. É onde ficam guardados fatos e situações da vida, como recordações de momentos, pessoas e coisas que você fez no passado. O lugar onde você guardou a chave e o que fez no 11 de Setembro dividem espaço aí. A diferença é que memórias mais marcantes duram mais. 4) Semântica Está relacionada com tudo o que aprendemos em termos culturais e de conhecimento. É usada na escola para saber o significado das coisas e das palavras, além dos sinônimos. 5) Inconsciente Saber andar de bicicleta, nadar ou mexer no computador são atitudes guardadas na memória inconsciente. Ela retém conhecimentos motores e movimentos do corpo necessários para desempenhar atividades. A memória de curto prazo serve para as atividades do dia a dia e logo é apagada. Se ela for especial, por algum motivo, torna-se de médio prazo e pode durar a longo prazo. Por outro lado, se fazemos muitas atividades ao mesmo tempo, esquecemos onde guardamos a chave ou a carteira, porque nossa memória de trabalho fica superlotada de informações. Fatores que atrapalham a memória - Estresse - Depressão - Privação de sono - Deficiência de vitaminas (principalmente B12) - Hipotireoidismo - Doenças degenerativas (como Alzheimer) Sinais de alerta para problemas - Ter dificuldade para resolver problemas que antes eram simples - Sentir falta de concentração - Precisar mudar parte da rotina porque a memória começou a falhar Dicas para treinar a memória: - Ler (livros, artigos, revistas e jornais) - Aprender idiomas - Participar de jogos de estratégia (gamão, xadrez e cartas) - Reunir-se em grupos sociais (círculos de amigos, redes de discussão e clubes) - Pesquisar áreas que não sejam do seu conhecimento - Fazer atividades manuais (artesanato, biscuit e carpintaria) - Tocar um instrumento musical - Alterar rotas (modificar a rotina, seja a pé ou de carro) Com o jogo da memória mostrado no programa, estimulamos a memória imediata e a de trabalho. Segundo os médicos, apenas uma coisa ou uma estratégia para exercitar o cérebro não resolve. É preciso diversificar e propor-se novos desafios o tempo todo. saiba mais * Baixos níveis de vitamina B12 podem prejudicar o cérebro, mostra estudo Alimentação Os neurônios precisam de glicose e oxigênio para funcionar, por isso é importante uma dieta balanceada, que forneça os nutrientes nas quantidades adequadas. É o caso da dieta do Mediterrâneo, que promove um bom equilíbrio de proteínas, gorduras, açúcares, vitaminas e antioxidantes. A vitamina B12 é fundamental para o funcionamento do cérebro e da memória, e é proveniente dos derivados de animais. Pode ser encontrada em alimentos como carne, leite, ovos, queijo e iogurte. Quando consumimos alimentos derivados de animais, nosso estômago produz uma proteína chamada "fator intrínseco", que se liga à vitamina B12, para facilitar sua absorção. Essa vitamina corre por todo intestino delgado, até chegar à região onde ele se encontra com o intestino grosso, chamada íleo. Nesse local, o complexo vitamina-proteína encontra sua porta de entrada para o sangue. Quando, por algum motivo (como uma gastrite), o estômago não produz o fator intrínseco, a vitamina B12 passa direto pelo íleo e é descartada. Isso pode causar problemas de memória.

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