Wednesday, August 03, 2011

Cidade do México comemora resultados do Plano Verde

28/07/2011 | 15:12

Apostando em melhorias nos transportes públicos, eficiência energética, conservação dos recursos hídricos, destinação dos resíduos e reflorestamento, a capital mexicana reduziu suas emissões em 5,7 milhões de toneladas métricas


Os nove milhões de habitantes da Cidade do México estão conseguindo escapar dos dramas de viver em uma grande metrópole – como a dura rotina de congestionamentos e a poluição – graças à mobilização da sociedade e do governo para promover medidas visando melhorar a qualidade de vida de todos.

Tudo começou em 2008, quando foi lançado o 'Plano Verde', que propõe uma série de estratégias para estimular o desenvolvimento sustentável e reduzir os riscos associados com as mudanças climáticas.

Agora, apenas alguns anos depois, as medidas já surtiram efeito e a Cidade do México comemora uma redução de 5,7 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono equivalente (MtCO2e) nas emissões acumuladas. Esse volume significa 82% da meta de 7 MtCO2e firmada para 2012.

“Nos últimos quatro anos, nós fizemos grandes progressos em transformar a Cidade do México em uma das mais sustentáveis metrópoles do mundo. Conseguimos isso não apenas com ações do governo, mas também ao estimular a participação da iniciativa privada e da sociedade”, afirmou Marcelo Ebrard, prefeito da Cidade do México.

O 'Plano Verde' possui como pilares: habitação e espaço público, conservação da terra, suprimento de água, transportes e mobilidade, resíduos e reciclagem, poluição do ar, energia e o programa de ação climática.

Para o setor dos transportes, responsável por 44% das emissões da Cidade do México, foi realizada uma expansão de 350% no sistema de ônibus metropolitanos, a modernização de 84 mil taxis e micro-ônibus, o desenvolvimento de uma rede de empréstimos de bicicletas (Ecobibi) e o investimento de mais de US$ 2 bilhões na expansão do metrô.

A cidade também investiu na multiplicação dos parques e hoje áreas verdes correspondem a 42% do total do município. Além disso, a prefeitura vai instalar milhares de jardins nos telhados de prédios e residências, utilizando o exemplo bem sucedido de Chicago. A meta é alcançar nove metros de área verde por residente, 3,6 a mais do que a situação atual.

No campo da eficiência energética, a instalação de aquecimento solar é obrigatória para todos os prédios públicos. Assim como a troca de todas as lâmpadas incandescentes por modelos mais eficientes.

Para lidar com o suprimento de água, um grave problema enfrentado pela cidade, que costuma ser duramente afetada por secas, o governo está substituindo todas as tubulações consideradas obsoletas e também investindo na modernização das estações de captação, distribuição e tratamento de água. A conscientização da população para o uso consciente é outro ponto que vem sendo trabalhado.

A capital mexicana possui o objetivo de reciclar pelo menos 79% dos resíduos sólidos. Por isso, novos centros de processamento estão sendo construídos e uma campanha de educação está em andamento nas escolas e na mídia. Outra meta é fazer com que 85% do lixo orgânico seja utilizado para a produção de eletricidade através da queima de biomassa. O governo aprovou ainda o banimento do uso de sacolas plásticas.

Em dezembro está agendado o fechamento do Bordo Poniente, um dos maiores lixões do planeta, responsável por 16% das emissões de gases do efeito estufa da área metropolitana.

O prefeito da Cidade do México é o atual presidente do Conselho Mundial de Prefeitos para o Clima, entidade que firmou um acordo em novembro de 2010 para que as cidades divulguem suas emissões e trabalhem para reduzi-las. Mais de 200 cidades assinaram o documento.

“As metrópoles possuem uma grande capacidade para lidar com as mudanças climáticas, mesmo sem um tratado global limitando as emissões. Os prefeitos e as cidades devem agir”, afirmou Martha Delgado, secretária de Meio Ambiente da Cidade do México.

Mais de metade da população mundial vive em áreas urbanas e é preciso que exemplos como os vistos na capital mexicana sejam seguidos por outras metrópoles, inclusive no Brasil.

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